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ELOGIO FÚNEBRE DO CAMARADA FILIPE JACINTO NYUSI, PRESIDENTE DA FRELIMO E DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, POR OCASIÃO DAS EXÉQUIAS FÚNEBRES DO CAMARADA MANUEL JORGE TOMÉ

MAPUTO, 28 DE MARÇO DE 2024

Estimada Família Tomé;
Minhas Senhoras e Meus Senhores!

Manuel Jorge Tomé partiu para a eternidade. Congregamo-nos aqui neste momento, nos Paços do Conselho Municipal da Cidade de Maputo para render a sua última homenagem.

Filho de Jorge Inácio Tomé e de Helena António Rodrigues, nascido a 20 de Novembro de 1952, na então Vila Pery, hoje cidade de Chimoio, província de Manica, Manuel Jorge Tomé, foi um cidadão distinto, cuja estatura se eleva à dimensão da Nação.

Profunda angústia abateu violentamente à Camarada Fernanda, ao Dário, à Tânia, à Taciana, à Emília, ao Manequito, aos irmãos, aos demais familiares e aos amigos.

Imensa desolação atingiu também a família FRELIMO. A desolação atingiu o país e os moçambicanos não querem acreditar na triste notícia da partida para sempre do seu cidadão de referência.

O Camarada Manuel Tomé, Membro da Comissão Política e Segundo Secretário-Geral do nosso Partido, partiu no pretérito dia 25 de Março, nesta Cidade de Maputo, vítima de doença.

Manuel Tomé iniciou o seu percurso de vida como professor do ensino primário em 1972. Como professor serviu o ensino secundário de 1975 a 1977, altura em que se transfere para Maputo e abraça a carreira da sua paixão, como jornalista no “Notícias” em 1978.

Como se pode constatar, desde cedo, notabilizou-se pelo seu carácter de apurada integridade, sentido de missão e excepcionais valores de humanismo.

As suas qualidades de liderança, permitiram-lhe ascender à Chefia de Redacção entre 1979 e 1982. Em 1988, mereceu mais uma confiança, devido às suas nobres valências, tendo assumido as funções de Director-Geral da Rádio Moçambique até 1994.

Incansável que era, em simultâneo, se formou em estudos superiores de desenvolvimento e história pela Universidade Eduardo Mondlane.

Como sindicalista carismático, Manuel Tomé granjeou alta estima da primeira geração do jornalismo pós-independência. Foi um dos membros fundadores da Organização Nacional de Jornalistas, ONJ, hoje Sindicato Nacional dos Jornalistas – SNJ, do qual viria a ser eleito Secretário-Geral de 1986 a 1991.

Exercendo as funções de Director-Geral da Rádio Moçambique, influenciou positivamente grandes transformações políticas, económicas e sociais ao desempenhar um papel de destaque na consolidação da liberdade de expressão e de imprensa, num contexto da jovem democracia multipartidária.

Na sua qualidade de dirigente sénior da Comunicação Social, Manuel Tomé serviu em diversos organismos regionais e internacionais em representação de Moçambique.

Manuel Tomé foi Membro do Órgão de Direcção do Centro de Jornalismo da SADC nos Países Nórdicos, foi Presidente do Comité de Peritos para a Cultura e Informação da SADC.

Manuel Tomé desempenhava, a título honorífico, as funções de Presidente da Organização Internacional de Jornalistas, até à altura do seu passamento físico.

Na FRELIMO, ao Camarada Manuel Jorge Tomé, homem de firmes convicções patrióticas, reservava-se, como dissemos, uma posição singular de referência incontornável.

Manuel Tomé forjou-se como um arguto nacionalista quando, ainda jovem, aderiu à Frente de Libertação de Moçambique, como membro dos Grupos Dinamizadores, logo em 1975.

Em vida, fazia questão de sublinhar para os mais jovens, que ele começou a sua actividade política de baixo até chegar ao topo. Manuel Tomé, em Chimoio, foi eleito e exerceu a tarefa de Assistente de Célula.

A nível da Sede Nacional do nosso glorioso Partido, desempenhou sucessivamente as funções de Chefe de Sector de Informação do Comité Central, de 1983 a 1984; Chefe de Sector de Propaganda do Comité Central, de 1984 a 1986; Membro do Comité da Cidade de Maputo, de 1989 a 1991; Secretário do Comité Central para Mobilização e Propaganda de 1991 a 1995; Membro do Comité Central desde 1989 até ao presente e Secretário-Geral da FRELIMO de 1995 a 2002.

Manuel Tomé teve a careira política bem cadenciada e de invejar. Como dirigente de topo do Partido, dirigiu vários processos políticos de nível central.

Chefiou diversas brigadas de assistência às províncias, transmitindo aos quadros e à população o verdadeiro sentido da unidade nacional e a mensagem da moçambicanidade.

Foi Deputado da Assembleia da República desde a Quarta até à Sétima Legislaturas, assumindo funções de Membro da Comissão Permanente, Presidente de Comissão “ad hoc” e Chefe da Bancada Parlamentar da FRELIMO.

O contributo do Manuel Tomé para a edificação da Nação Moçambicana, a terra que o viu nascer, vai para além das lides da Política e do Jornalismo.

Na verdade, a sua personalidade multifacetada espraiava-se também pelas altas esferas da cultura e do desporto. Nessa sua veia de intervenção social, Manuel Tomé foi membro fundador da Associação Moçambicana dos Músicos, Presidente da Federação de Natação e activista de proa dos movimentos de amizade e solidariedade para com vários povos do mundo.

Músico e compositor, convivia afavelmente com artistas, escritores, escultores tendo-se afirmado arauto da música popular quando participou e venceu, de forma inquestionável, o concurso “Ngoma Moçambique” edição de 1990, com a sua canção mais popular Ndapota, que escolheu inteligentemente por significar POR FAVOR, reflexo da sua personalidade sempre afável e de delicadeza, no relacionamento com o próximo.

Esta é a razão desta enchente aqui, daqueles que acompanham pelas telas televisivas e dos que não puderam connosco estar, é a razão do choro numa única voz, a voz da bandeira das cinco cores, a nossa bandeira.

Homem do povo, de trato fácil, fiel acérrimo aos ideais e princípios que defendia, Manuel Tomé irradiava sempre a alegria contagiante, cultivando a simplicidade, a ética e a cordialidade na sua forma de ser e estar, sendo por isso tratado carinhosamente por Manecas.

Manuel Tomé não foi homem conflituoso, não ofendia ninguém, não transportava consigo ódio, ele respeitava as liberdades do outro Homem, não era egoísta e nem pensava que sabia tudo.

Por isso, reiteramos que Manuel Tomé não era apenas um político da FRELIMO. Ele era um patriota de qualidades e virtudes excepcionais, profundamente comprometido com o seu país, tendo dedicado maior parte da sua vida ao serviço da pátria em diversas áreas de atividade.

Caro companheiro e amigo Manecas, assim como aceitaste que eu te tratasse durante as longas e profundas discussões nas sessões da Comissão Política!
Partes, numa altura em que enormes desafios se impõem à FRELIMO e ao país que tanto amaste.

Sentiremos falta do teu discernimento e da tua palavra amiga, a palavra serena e conciliadora que sempre soubeste trazer nos momentos em que buscávamos o equilíbrio e a harmonia.

Estamos orgulhosos de ti, porque vencemos as batalhas que contigo organizámos, que contigo preparámos e travámos.

No teu reluzente exemplo, buscaremos a inspiração de dedicação à pátria e de lealdade ao Partido para continuarmos a marcha em que tu eras um dos portadores do estandarte da unidade e da moçambicanidade.

Nunca te diremos adeus, amigo Manecas. Devolveremos teu corpo à terra, mas tu continuarás connosco nesta marcha pela nossa afirmação como Povo e como Nação, sobretudo, neste momento em que mais precisamos da nossa união e foco no desenvolvimento do país.

Neste momento de dor e luto, curvamo-nos perante a obra do Manuel Tomé, e rendemos a merecida homenagem a esta grande figura, pelo seu inegável contributo para o engrandecimento da Frelimo e da nação moçambicana e com maior implantação social e cultural no nosso solo pátrio.

À Camarada Fernanda, ao Dário, à Tânia, à Taciana, à Emília, ao Manequito e aos irmãos e demais familiares.

Não há palavras suficientes para expressarmos nosso sentimento de tristeza, pela partida sem regresso de um homem de uma dimensão política e humana que foi o camarada MANUEL JORGE TOMÉ, um conselheiro natural.

Apenas resta-nos dizer que, como Comissão Política, como Secretariado do Comité Central e como Militantes da FRELIMO em geral, acreditamos ser um sentimento generalizado dos moçambicanos, partilhamos convosco esta perda irreparável de um companheiro, amigo e TUTOR da família que construiu.

Estaremos sempre do vosso lado, preservando o grande legado que o Camarada Manuel Tomé deixa para a família nuclear e para a sua grande família escolhida, a FRELIMO.
Reiteramos, mais uma vez, as nossas mais profundas e sentidas condolências e nos solidarizamos com a família Tomé.

À equipa médica e a todos os que, durante o tempo em que o Camarada Manuel Tomé lutava pela vida, tudo fizeram para o devolver ao nosso convívio, os moçambicanos, seus compatriotas agradecem.

Camarada MANUEL TOMÉ, Adeus!

Nós continuaremos a lutar pela Justiça Social que foi sempre a tua preocupação. Estamos aqui para celebrar a tua verticalidade, a tua coerência, a tua franqueza, o teu trato simples, o teu inabalável optimismo.

Festejamos, hoje e sempre, o músico-compositor, o homem da arte, da cultura e do desporto, o professor, o jornalista por excelência e o político sem se esforçar.

Até sempre!
Muita Paz ȧ tua alma!

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